segunda-feira, agosto 30, 2010

Resenha Crítica

CONCEITO E FINALIDADE

Lakatos e Marconi (1996, p. 90) afirmam que:

Resenha é uma descrição minuciosa que compreende certo número de fatos. Resenha crítica é a apresentação do conteúdo de uma obra. Consiste na leitura, no resumo, na crítica e na formulação de um conceito de valor do livro feito pelo resenhista.

A resenha crítica, em geral é elaborada por um cientista que, além do conhecimento sobre o assunto, tem capacidade de juízo crítico. Também pode ser realizada por estudantes; nesse caso, como um exercício de compreensão e crítica.

A finalidade de uma resenha é informar o leitor, de maneira objetiva e cortês, sobre o assunto tratado no livro ou artigo, evidenciando a contribuição do autor: novas abordagens, novos conhecimentos, novas teorias. A resenha visa, portanto, a apresentar uma síntese das idéias fundamentais da obra.

O resenhista deve resumir o assunto e apontar as falhas e os erros de informação encontrados, sem entrar em muitos pormenores e, ao mesmo tempo, tecer elogios aos méritos da obra, desde que sinceros e ponderados. Entretanto, mesmo que o resenhista tenha competência na matéria, isso não lhe dá o direito de fazer juízo de valor ou deturpar o pensamento do autor.

Requisitos Básicos para elaboração de uma resenha crítica:

“conhecimento completo da obra;

competência na matéria;

capacidade de juízo de valor;

independência de juízo;

correção e urbanidade;

fidelidade ao pensamento do autor”.

Importância da Resenha

No campo da comunicação técnica e científica, a resenha é de grande utilidade, porque facilita o trabalho do profissional ao trazer um breve comentário sobre a obra e uma avaliação da mesma. A informação dada ajuda na decisão da leitura ou não do livro.

A resenha, segundo BARRASS (1979:139), deve responder a uma série de questões. Entre elas figuram:

assunto, características, abordagens;

conhecimentos anteriores, direcionamentos;

acessível, interessante, agradável;

útil, comparável;

disposição correta, ilustrações adequadas.

Estrutura da Resenha

Mesmo não fazendo parte dos trabalhos científicos de primeiro nível, a resenha crítica apresenta a estrutura descrita abaixo.

Referência Bibliográfica

Autor(es)

Título (subtítulo)

Imprensa (local da edição, editora, data)

Número de páginas

Ilustrações (tabelas, gráficos, fotos, etc.)

Credenciais do Autor

Informações gerais sobre o autor

Autoridade no campo científico

Quem fez o estudo?

Quando? Por quê? Onde?

Conhecimento

Resumo detalhado das idéias principais

De que trata a obra? O que diz?

Possui alguma característica especial?

Como foi abordado o assunto?

Exige conhecimentos prévios para entende-lo?

Conclusão do Autor

O autor faz conclusões? (ou não?)

Onde foram colocadas? (final do livro ou dos capítulos?)

Quais foram?

Quadro de Referências do Autor

Modelo teórico

Que teoria serviu de embasamento?

Qual o método utilizado?

Apreciação

Julgamento da obra:

Como se situa o autor em relação:

às escolas ou correntes científicas, filosóficas, culturais?

às circunstâncias culturais, sociais, econômicas, históricas, etc.?

Mérito da obra:

Qual a contribuição dada?

Idéias verdadeiras, originais, criativas?

Conhecimentos novos, amplos, abordagem diferente?

Estilo:

Conciso, objetivo, simples? Claro, preciso, coerente?

Linguagem correta? Ou o contrário?

Forma:

Lógica, sistematizada?

Há originalidade e equilíbrio na disposição das partes?

Indicação da obra

A quem é dirigida: grande público, especialistas, estudantes?

Prof. waldemar Neto

COMO SE FAZ UMA RESENHA?

1. DEFINIÇÃO

Inicialmente é preciso definir o termo “resenha”. Fazer uma resenha é o mesmo que fazer uma recensão (que significa apreciação breve de um livro ou de um escrito), ou seja, trata-se de resumir de maneira clara e sucinta um livro, artigo ou qualquer tipo de texto científico.

Embora o texto a ser resenhado tenha um/a autor/a, o/o recenseador/a deve ser o/a autor/a do seu trabalho; quer dizer, é preciso manter a identidade de quem escreveu o trabalho que você está analisando, mas é preciso transparecer a sua presença, como voz crítica sobre o texto.

Resenhar significa resumir, sintetizar, destacar os pontos principais de uma obra científica.

Resenhar significa resumir, sintetizar, destacar os pontos principais de uma obra científica.

2. PROCEDIMENTOS

1o Passo - Leitura total da obra a ser resenhada;

2o Passo - leitura pormenorizada, fazendo os destaques da partes mais significativas, que servirão de fio condutor para elaboração do texto da resenha;

3o Passo - elaboração de um esquema com as principais etapas a serem desenvolvidas pela resenha;

4o Passo - construção do texto propriamente dito;

5o Passo - revisão do texto, correção e aprimoramento.

3. NECESSIDADES

Toda resenha deve ser o mais bem identificada possível, daí as seguintes necessidades:

3.1. cabeçalho contendo o nome da instituição de ensino, título da resenha com identificação do texto resenhado, autor/a da resenha, objetivo do trabalho, local e data.

3.2. Texto dissertativo contendo: introdução, corpo principal do texto e conclusão com apreciação crítica.

3.3. Bibliografia.

4. DICAS IMPORTANTES

A recensão deve cumprir um objetivo claro: comunicar ao leitor os aspectos essenciais da obra em questão e situá-lo no assunto da melhor maneira possível. Lembremo-nos de que, no método Descartes, a 1ª regra é a evidência, i.e., o dado inicial, que tem de ser claro, ordenado e distinto, ou seja, o critério cartesiano da verdade é a clareza e a distinção. Em concreto, Descartes parte de uma dúvida universal (metódica), para, entretanto, superá-la criticamente na conquista da verdade.

A forma da resenha, isto é, o texto deve ser claro, inteligível e dinâmico. O/A leitor/a deve ter prazer nesta leitura e deve sentir-se convidado/a à leitura do texto resenhado. Para isso, é imprescindível o uso das normas padrão da língua portuguesa.

Caso haja necessidade de citação do próprio texto resenhado, isso deve ser feito entre aspas e/ou em destaque. Sempre deve haver referência bibliográfica.

Por vezes, é interessante fazer uma pesquisa mais abrangentes sobre o/a autor/a do texto resenhado, sobre o assunto em questão e sobre a situação atual da pesquisa científica sobre o tema. Esses esclarecimentos, quando convenientes, devem abrir a resenha e preparar o comentário sobre o texto em pauta.

5. APRESENTAÇÃO GRÁFICA

Papel A4 (210x297)

Corpo do texto:

margens: superior 3 cm, inferior 2cm, margem direita: 3cm e margem esquerda: 2cm;

caracteres (fontes): “Times New Roman”, tamanho 12;

títulos e subtítulos: no mesmo tamanho, em negrito e/ou sublinhado;

espaçamento: no texto: 1,5 ; na bibliografia: simples.

Bibliografia

Observa-se o seguinte critério de citação, de acordo com os padrões de Normas Técnicas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas):

SOBRENOME, Nome do autor. Título da obra. Subtítulo. Edição. Cidade (local da publicação; quando houver duas cidades, separa-se com barra: /): Editora (quando houver mais de uma editora, separa-se por barra: /), ano da publicação e páginas citadas.

Ex:

BEAINI, Thais Curi. Heidegger: arte como cultivo do inaparente. SP: EDUSP/Nova Stella, 1986.

quarta-feira, agosto 25, 2010

Como elaborar um portfólio


A elaboração do portfolio é um momento de auto-avaliação e reflexão, que permite desenvolver habilidades de avaliar o próprio trabalho e experiências pessoais. É importante ressaltar que todas as informações contidas no portfolio devem ser seguidas de análises e comentários.

  • O portfólio deve conter alguns elementos, como: capa, folha de rosto, dedicatória, agradecimentos, sumário, introdução, desenvolvimento e conclusão. Acompanhando cada um deles. Capa - Deve conter informações como instituição, título, nome completo do autor, local (cidade da instituição) e ano.
  • Folha de rosto - Apresenta os elementos necessários à identificação do trabalho e deve conter nome do autor, nome do professor orientador, título, finalidade do portfolio, local (cidade), data (mês e ano).
  • Dedicatória - Folha opcional, na qual o autor dedica o seu trabalho.
  • Agradecimentos -É opcional, nesta folha são registrados os agradecimentos às pessoas ou instituições que colaboraram na realização do trabalho.
  • Sumário. É a enumeração das divisões e capítulos, na ordem em que encontram-se no trabalho e com indicação da página inicial correspondente.
  • Introdução. É uma justificativa em que o autor explica o que é o trabalho, a importância e a finalidade da elaboração deste documento.
  • Desenvolvimento. Pode ser dividido em três partes: pessoal, acadêmica e profissional.

  1. Desenvolvimento Pessoal - Nesta etapa, é válido compor um perfil. É importante descrever como é a vida pessoal, falar da família, dos amigos, o que gosta de fazer nos fins de semana, personalidade, fatos que foram significativos e expectativas pessoais. Uma outra maneira de traçar o perfil é pedir à família e aos amigos que escrevam relatos ou depoimentos sobre o autor do portfolio. Também pode mencionar a realização de trabalhos voluntários em organizações não-governamentais - ONGs - e instituições de assistência social, pois há uma crescente preocupação por parte das organizações com o envolvimento em programas e projetos sociais.
  2. Desenvolvimento Acadêmico - É importante descrever todas as participações em eventos durante esta fase, como congressos, seminários, cursos, pesquisas desenvolvidas e atividades acadêmicas. Deve expor também as expectativas acadêmicas. Pode-se anexar uma variedade de avaliações de disciplinas que tenha maior grau de afinidade, pois essa variedade de avaliações indica que o autor tem uma visão generalista e amplo conhecimento. Lembre que o portfolio é um documento para desenvolver uma reflexão crítica com relação às próprias experiências e resultados, portanto não deve conter apenas avaliações, certificados de cursos, congressos e seminários, é necessário que se relatem a importância e o que acrescentou à vida acadêmica a participação nessas atividades
  3. Desenvolvimento profissional - Nesta etapa, devem-se relatar as experiências profissionais mais significativas, o que as atividades desempenhadas trouxeram de benefícios e resultados para a organização, as homenagens recebidas, certificados, prêmios e promoção. Apresente as expectativas profissionais, estabelecendo objetivos de curto, médio e longo prazos, planos de desenvolvimento e de carreira.

Considerações Finais. É a parte na qual devem-se fazer as avaliações finais com relação ao processo de construção do portfolio, expor o que acrescentou e a importância da elaboração deste trabalho para os desenvolvimentos pessoal, acadêmico e profissional.

As vidas pessoal, acadêmica e profissional das pessoas estão sempre em constante desenvolvimento, e o portfolio é um documento que revela todas essas mudanças e expectativas. É um documento dinâmico, está sempre num processo de mudanças e aperfeiçoamento, portanto deve ser atualizado com freqüência.

Os portfólios e os processos de ensinagem

O portfolio (do inglês) é uma modalidade de avaliação retirada do campo das artes e que aparece com o objetivo de criar novas formas de avaliação para o desenvolvimento das inteligências artísticas. (ALVES, Leonir Pessate)

O portfólio começou a difundir-se em espaço escolar na década de 90, com ênfase nos Estados Unidos. O portfólio vem sendo evidenciado como um dos mais novos subsídios para uma avaliação dinâmica e eficiente do ensino. O portfólio com variada terminologia distingui-se de acordo com sua intenção, como: porta-fólios, processo-fólios, diários de bordo, dossiê. “Reflete a crença de que os estudantes aprendem melhor, e de uma forma mais integral, a partir de um compromisso com as atividades que acontecem durante um período de tempo significativo e que se constrói sobre conexões naturais com os conhecimentos escolares”. (Kátia Stocco Smole)

A construção dos portfólios, através dos CD ROOMS, caracteriza os Webfólios, que podem guardar toda a história escolar de um indivíduo desde a Educação Básica até a Educação Superior, e servirá como processo de ressignificação de suas aprendizagens e colaboração no processo de avaliação tanto formativa, como somativa dos procedimentos escolares. Esse portfólio construído ao longo da vida acadêmica, pode ser utilizado para ilustrar o desempenho no desenrolar de sua trajetória escolar. O portfólio é usado como ferramenta de acompanhamento, desenvolvimento e qualidade do ensino/aprendizagem. Os conhecimentos são registrados, enfatizando a finalidade, as competências e práticas adquiridas no processo de ensinagem.

No Estágio Supervisionado e na Educação Infantil a utilização do portfólio é feita com a finalidade de documentar ações e reflexões. O portfólio é usado como ferramenta que facilita a ressignificação do processo de ensinagem e aprendizagem ao longo de um momento de ensino. Sua preparação apresenta a propriedade de ponderar sobre a melhoria e qualidade da aprendizagem dos estudantes, e concomitantemente propicia inserir reelaborações de ações indispensáveis para o sucesso do processo de ensinagem.

De acordo com HERNÁNDEZ, Fernando (2000, p.166) o portfólio é : ...” um continente de diferentes tipos de documentos (anotações pessoais, experiências de aula, trabalhos pontuais, controles de aprendizagem, conexões com outros temas fora da escola, representações visuais, etc) que proporciona evidências do conhecimento que foram sendo construídos, as estratégias utilizadas para aprender e a disposição de quem o elabora para continuar aprendendo”.

Portfólios são trabalhos ilustrativos dos alunos. Representam o seu pensamento, sentimento, a sua maneira de agir; as suas competências e habilidades e a maneira como colocou em prática o seu trabalho acadêmico. Essa ferramenta a serviço da educação tem como finalidade primordial proporcionar uma visão integral do conhecimento formal do educando e sua atuação na aprendizagem das diferentes áreas curriculares, assim como o seu desenvolvimento no campo comportamental e sua evolução na área pessoal e educacional.

Os portfólios permitem uma avaliação de cooperação e participação , havendo interação do professor e aluno. Ambos escolhem os trabalhos mais expressivos do educando, através da criticidade e reflexão, estabelecendo padrões em busca da qualidade e assertividade. Há também um processo interdisciplinar com professores de outras áreas , que opinam em relação ao trabalho do aluno, fornecendo opiniões e depoimentos relativos à melhoria e qualidade do ensino/aprendizagem.

Existe uma gama enorme de registros em portfólios, tais como: desenhos; fotos, artes, exposição de documentos; avaliação acadêmica de desempenho; registro de entrevistas; comentários e documentários de eventos musicais, de dança , de canto; lista de livros lidos; registro de leituras; correspondências; atuações gravadas em vídeo e áudio, etc.
Os portfólios são registros produzidos em períodos de aprendizagem, e para isso podemos usar a fotografia como documento desse momento, não como cristalização, mas como comentários abertos, através de uma evolução histórica do acontecimento, completados e avaliados sempre, procurando buscar de maneira metódica e ordenada a melhor atuação do aluno dentro do seu desenvolvimento acadêmico.
Referências:CHAVES, Idália de Sá- Portfólios Reflexivos: estratégias de formação e de supervisão.

Autora: Amelia Hamze
Educadora
Profª UNIFEB/CETEC e FISO - Barretos